Falar sobre suicídio ainda é um tabu, porém, não deixa de ser um assunto extremamente relevante em nossa sociedade e no mundo. […] A importância de termos uma data ou melhor, um mês todo para evidenciarmos esse assunto, é a de alcançar lugares e pessoas. Isso faz com que nos aproximemos do assunto, e assim termos a possibilidade de desmistificar ideias e crenças errôneas que cercam essa questão.
O ato suicida acarreta muitos traumas para suas famílias. Por isso falar sobre o assunto e obter informações, pode trazer esclarecimentos e uma percepção maior sobre os riscos em potencial que uma pessoa com ideação suicida apresenta através de sua fala e de suas atitudes.
A busca do porquê uma pessoa comete este ato, nos traz a seguinte indagação: Como ele teve coragem? Porém, o que precisamos procurar entender, é que esta pessoa sente muita dor. Ela está adoecida e não consegue dar conta de desfazer o nó no qual ela está envolta. Ela se sente sozinha, e essa dor é capaz de transformar a morte em uma opção ou uma saída para acabar com seu sofrimento.
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[…] Saber escutar ou perceber situações de isolamento social e comportamentos que soam autodestrutivos e de desesperança, como por exemplo, “Eu quero sumir daqui, não sirvo para nada, quero acabar com essa dor e pôr um fim nisso tudo”, são sinais de alerta para que se busque uma ajuda especializada. […]
Encorajar a pessoa a buscar ajuda, pode ser para ela, que sofre, a descoberta de um novo caminho. Mas isso só é possível se nós, enquanto sociedade, estivermos preparados para este problema. Buscar informações que possam auxiliar no acolhimento da pessoa que apresenta a ideação suicida, pode ajudar na detecção antecipada contribuindo na tomada de atitude para salvar a vida de muitas pessoas.
Hoje podemos contar com grupos como o CVV Centro de Valorização da Vida, que realizam apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária todas as pessoas que desejam conversar, através do telefone 188.
Cristielen Paes
Psicóloga clínica – CRP – 08/27174